O Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais de Mato Grosso divulgou uma nota nessa quinta-feira (08) criticando a postura do delegado Christian Cabral, responsável pelo caso do atropelamento do verdureiro Francisco Lúcio Maia, 48 anos, e afirmando que 30 km/h não era a velocidade exata que a médica Letícia Bortolini, 37 anos, estava, mas sim a mínima.

Na nota, os peritos afirmam que em nenhum momento o laudo trouxe como conclusão que o veículo estava sob a velocidade de 30 km/h, como divulgado pela mídia através do delegado Christian Cabral.

“Em resumo, o Laudo Pericial é cristalino no sentido de definir a impossibilidade de se chegar a um quantitativo de velocidade do veículo, face à grande carência de vestígios técnicos encontrados no local no momento dos exames periciais”, diz trecho da nota.

Os peritos dizem que a interpretação errada partiu exclusivamente do delegado, “que por motivos desconhecidos entendeu por bem divulgar este dado como se verdade fosse”.

O sindicato afirmou que, a todo momento, o perito responsável pelo caso, Laércio D’ávila da Silva, esteve à disposição do delegado e cobrou que ele, já que tinha dúvidas sobre o resultado do laudo pericial, deveria ter entrado em contato direto com o perito.

“A atitude pessoal do delegado resultou em uma consternação social direcionada contra toda a categoria dos peritos criminais e contra a instituição Politec, manchando a confiabilidade da categoria, cujo lema é a busca pela verdade material com base exclusivamente na técnica, podendo, inclusive, ter resultado em prejuízo para o próprio andamento das investigações policiais”.

Os peritos ainda lembraram que encontra-se em análise da Gerência de Áudio e Vídeo de Criminalística perícia os vídeos do acidente, para tentar definir a velocidade em que estava o carro dirigido pela médica – e que a Politec não poupará esforços na investigação do acidente.