Papiloscopistas e peritos estão em pé de guerra e o campo de batalha são os corredores e gabinetes do Congresso Nacional. O motivo da discórdia é a tramitação do projeto de lei 5.649/2009, de autoria da senadora Ideli Salvatti (PT/SC), que transforma os papiloscopistas em peritos.



Os peritos estão há meses se articulando para colher assinaturas dos deputados federais com o objetivo de entrar com um recurso que faça com que o projeto deixe de ter caráter terminativo na comissão e possa ser apreciado no plenário da Casa.

De acordo com o representante do Sindicato dos Peritos Criminais de Mato Grosso, Rondon Souza Oliveira, o objetivo da outra categoria é a busca da equiparação salarial com os peritos.



“O trabalho dos papiloscopistas é o da identificação humana por meio da coleta das impressões digitais. Eles alegam que fazem perícia em identificação humana, mas na realidade, o trabalho dos peritos é mais amplo, por ele analisa todo o conjunto de provas para montar a cena do crime. O trabalho do papiloscopista é complementar”, explicou Rondon.



De acordo com Rondon, se o projeto de lei aprovado, os papiloscopistas promoverão ainda maior interferência de profissionais na cena do crime, o que, segundo ele trará prejuízos à sociedade, pois comprometerá o resultado final das investigações.



Para o perito, a proposta é inconstitucional, pois obriga também que os Estados a criar novos cargos, o que é uma prerrogativa exclusiva do governador. “Queremos apenas que este projeto seja melhor discutido”, ponderou Rondon.