Em Goiás, o governador e médico Ronaldo Caiado (DEM) marcou o início da imunização das forças de segurança em evento no dia 29 de março. O Perito Criminal Nikolas Charalabopoulos foi um dos que recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca. “Acordar naquele dia foi especial e ser vacinado mais ainda”, conta.
Nesta primeira etapa, Peritos do Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues da Superintendência da Polícia Técnica Científica de Goiás (SPTC) com até 50 anos receberam as vacinas.
Presidente do Sindicato dos Peritos Criminais Oficiais de Mato Grosso (Sindpeco), Antonio Magalhães, diz que a exposição dos peritos é alta e o número de casos de Covid-19 cresce. “Alguns já foram vacinados, mas apenas em cidades do interior, a maioria, não”, explica Magalhães.
Ele faz parte da minoria imunizada porque se candidatou em outubro de 2020 como voluntário na terceira fase de teste da vacina em Cuiabá. No início de fevereiro, depois de uma convocação do laboratório, Magalhães soube que havia sido um dos voluntários aplicados com um placebo, mas em seguida recebeu a primeira dose da vacina. Quinze dias depois, com a segunda dose, estava imunizado.
“Os peritos de local de crime são, com certeza, os mais expostos”, diz Magalhães, que também faz perícia de local. “O local de crime é um lugar que gera aglomeração. Tem muitos curiosos, além da equipe presente na cena do crime. Dentro dos laboratórios, o pessoal tem feito rodízio para tentar diminuir essa situação,” comenta.
Em Goiás, apenas os peritos criminais que atuam nos casos de homicídios e vísceras nos laboratórios foram vacinados. Charalabopoulos explica que os peritos da Divisão de Perícias Externas continuam a cumprir protolocos de segurança enquanto os de Perícias Internas fazem rodízio para barrar o contágio.
“O nome da nossa instituição nos leva a acreditar na ciência e em suas conclusões”, diz Charalabopoulos em relação à movimentação dos Peritos pela imunização. De acordo com ele, a conscientização e a perda de colegas e parentes confirmam a urgência da vacinação. Em Goiás, a ABC perdeu o Perito Criminal Roberto Pedrosa, ex-presidente da associação.
“A vacinação é a única coisa que temos no momento para impedir a propagação da doença”, conclui Magalhães. Ambos concordam que este é o caminho para que os peritos possam voltar a servir a sociedade sem o risco de infecção.
Autor: ABC/Sindpeco