Os peritos criminais da Gerência de Perícias de Meio Ambiente e Engenharia Legal da Politec estão atuando no Pantanal nos inquéritos instaurados pela Polícia Judiciária Civil para identificar a origem e causa dos incêndios, e chegar às propriedades onde o dano se estendeu. As equipes estão se revezando na ida aos locais para periciar devido à grande extensão das áreas atingidas.
"Dificilmente a área pegou fogo sozinha, a não ser se fosse queda de raios, o que não é o caso. Há ação humana direta ou indiretamente. O Pantanal está com vários incêndios simultâneos e estamos fazendo a perícia conforme os pedidos da Delegacia de Meio Ambiente", destacou o gerente do setor, Luiz Gustavo Kozan.
Para se chegar ao laudo apontando a origem do fogo, os peritos levam em consideração a análise in loco na área do incêndio, além das imagens de satélite com a evolução dos focos de incêndio e a visualização diária dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Planet.
"Além disso, utilizamos dados meteorológicos com índices de chuvas, direção do vento, entre outros dados técnicos", explicou Kozan.
Dependendo do tamanho da área e da complexidade da perícia, o laudo pode levar até meses para ser concluído.
Além dos incêndios na região do Pantanal, outros 16 focos de queimadas foram periciados neste mês de setembro nos municípios de Nova Brasilândia, Chapada dos Guimarães, Rosário Oeste, Poconé, Cuiabá, Várzea Grande e Santo Antônio de Leverger.
O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais (Sindpeco), Antônio Magalhães, destaca que a atuação dos colegas peritos criminais que atuam em perícias de meio ambiente e engenharia legal do Estado fazem um trabalho fundamental que leva à punição de quem agride o meio ambiente. "Eles desempenham um trabalho técnico-científico de alta qualidade, fazendo a diferença para sanções penais e multas".