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Peritos ameaçam deflagrar greve

Um perito criminal em Mato Grosso é encarregado, em média, de 160 casos por ano, e consegue emitir laudos em 70% deles. A sobrecarga de trabalho dos 140 profissionais da categoria, além da falta de materiais e de estrutura nas unidades no Estado foram alvo de uma paralisação,onde também foi comemorado o Dia do Perito Criminal. Na sexta-feira (06) a categoria pode aprovar sua primeira greve e atrasar centenas de processos em diversas áreas. De acordo com o Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais do Estado (Sindpeco/MT), Márcio Godoy, para atender a demanda seriam necessários mais 460 profissionais, pois ainda existem cidades que não têm um perito para atender e os casos são baseados apenas nos depoimentos das testemunhas, como acontece em Juína, Diamantino, Confresa, Vila Rica, entre outras. Outro problema são as desistências dos aprovados em concurso, por causa da falta de condições de trabalho. “Dos 67 nomeados no concurso em 2010, 10 já não estão mais trabalhando. Estamos sobrecarregados, os laudos estão se acumulando. E a tendência é piorar pois a demanda só aumenta”, afirma o presidente. Os peritos trabalham em crimes contra a vida, acidentes de trânsito, até crimes ambientais e na internet, com um salário base de R$ 7,6 mil. Quando aparecem casos de maior complexidade no interior do Estado, os peritos da Capital se deslocam para o local, o que segundo a categoria sobrecarrega os profissionais.

Um perito que atua no interior e pediu para não ser identificado, afirma que faltam materiais básicos de trabalho e há materiais com prazo de validade curto, como o luminol, que precisam ser comprados constantemente e têm alto custo.“Temos laudos que demoram até 10 dias para serem feitos, como o de acidentes de trânsito, e só neste ano eu tive 200 requisições de laudos. Além disso faltam profissionais como motoristas e auxiliares administrativos, o que faz com que o perito acumule funções. Em unidades que há apenas um perito para atender vários municípios a situação é ainda pior”.

Também são reivindicados reajuste salarial, pagamento de horas-extras e de insalubridade. A decisão irá depender das negociações que estão em andamento entre a categoria e o governo. Na sexta-feira os profissionais irão se reunir para aprovar ou rejeitar a proposta que deve ser apresentada esta semana. “Não queremos utilizar a greve como ferramenta, mas tudo depende das negociações. Caso a paralisação seja aprovada já temos a adesão dos 100 médicos legistas do Estado”, explica Godoy.

Autor: Jornal A Gazeta
Data: 05/12/2013