• SINDPECO - Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais do Estado de Mato Grosso
  • (65) 3622-1399
  • sindpeco@gmail.com









Perita investiga 47 ocorrências em um só dia

Uma perita criminal bem que tentou dar conta de seu plantão de 12 horas, na Zona Leste de São Paulo, mas não aguentou. Sozinha, às 3h da madrugada do dia 22 de novembro do ano passado, ela diz ter atendido a 47 ocorrências e também realizado serviços administrativos, como verificação de mensagens, atendimento de telefonemas, registro em livro de ocorrência, entre outros.

A quantidade de ocorrências que havia naquela noite era tanta que levou a funcionária a desabafar. Por e-mail, encaminhado aos distritos policiais subordinados à 5 e à 7 seccionais, ela, literalmente, fez um pedido de socorro. Esses distritos são as bases do Instituto de Criminalística nas zonas Norte, Oeste, Centro e Leste.

“Lembramos que a Equipe Leste 1 está com um perito criminal para atendimento da área da 5 e 7 seccionais (correspondente a mais de 20 delegacias) em ocorrências com preservação policial de jogos de azar, acidente de trânsito, furto, roubo, encontro de veículos e danos”, ressaltava.

De acordo com a funcionária, não há servidor administrativo noturno, sobrando para a perita toda a gama de atribuições internas após às 18h.

A nova diretora do IC, Norma Bonaccorso, admitiu o excesso de trabalho, mas, segundo ela, só naquele dia. A responsável fala que há 14 equipes naquela área. A funcionária, cujo nome o DIÁRIO preserva, finaliza seu desabafo assim: “Fazemos o melhor dentro do possível para o atendimento de um perito criminal”. E observa: “Equipe trabalhando 24 horas ininterruptas”. Norma explicou que a perita sofre de obesidade mórbida e está em férias com licença.

‘Para dar conta da demanda, é preciso triplicar os peritos’

A presidente da Associação dos Peritos Criminais de São Paulo, Maria do Rosário Mathias Seraphim, disse que para começar a regularizar a situação há necessidade de um quadro com quatro mil peritos. O IC hoje tem 1,2 mil. “O ideal seria ter o dobro de peritos do que se tem de delegados de polícia. Ou seja, seis mil”.

Rosário afirma que o excesso de trabalho traz problemas de saúde à categoria. “Principalmente psicológicos. Veja o caso do perito que ateou fogo ao próprio carro e se queimou, no ano passado. Há muitos outros funcionários com quadros psicológicos semelhantes”, denunciou. Rosário referia-se ao perito Ricardo Rebouças, de 31 anos, investigado por simular um assalto envolvendo incêndio, em agosto.

A sindicalista disse que a qualidade de muitos laudos é ruim. “Há muita gente indicada sem vocação. Ainda bem que a seleção agora é feita por vestibular.” 

Autor: Diário de São Paulo
Data: 26/03/2013